
O mercado logístico brasileiro tem se mostrado extremamente dinâmico em 2024, com um aumento de 39% nas novas entregas de galpões logísticos, conforme aponta o relatório “Highlights de Mercado 3T2024” da EREA. O setor contabilizou 3,1 milhões de m² de novas construções e uma forte alta nas pré-locações, impulsionadas, em grande parte, pelo e-commerce, enquanto a taxa de vacância caiu ao menor nível da década, consolidando a confiança dos investidores.
Segundo o estudo, a resiliência do setor de real estate logístico é impulsionada pela robusta absorção líquida de galpões, preços de locação em valorização e o papel de destaque do e-commerce nas novas ocupações. Ao longo do ano, foram absorvidos 2,1 milhões de m² de galpões, um número expressivo em comparação com 2023, evidenciando a demanda crescente das empresas por estruturas modernas, estrategicamente posicionadas e tecnicamente qualificadas. O e-commerce, responsável por 28% das locações no último trimestre, liderou essa absorção, representando 53% das pré-locações no ano.
O crescimento do comércio eletrônico e o avanço das compras online impulsionam a procura por centros de distribuição que garantam entregas ágeis e eficientes. A ABComm estima um faturamento de R$ 205,11 bilhões para o setor em 2024, o que representa um aumento de 10,45% em relação ao ano anterior.
Valorização dos preços de locação
O relatório destaca também a alta nos valores de locação de galpões logísticos, com um preço médio de R$ 25/m², um aumento de 6% em comparação ao trimestre anterior. Ainda que os aluguéis tenham se valorizado, a diferença em relação ao IPCA foi de apenas -0,4%, a menor desde 2018, o que indica que os custos mantêm-se em linha com o poder de compra dos inquilinos, sem grandes pressões.
Novo estoque em regiões estratégicas
O setor logístico continua a expandir-se em regiões estratégicas. Até o final do terceiro trimestre, 1,6 milhão de m² em novos galpões foram entregues, com a expectativa de alcançar 3,1 milhões de m² até o fim do ano. O Sudeste lidera essa expansão, com destaque para São Paulo e suas adjacências, que concentraram cerca de 27% das novas entregas. Regiões como Guarulhos, Belo Horizonte e Extrema também têm se consolidado como polos logísticos fundamentais.
O Nordeste desponta como um dos principais centros emergentes, representando 20% do novo estoque do ano, com Recife posicionando-se como um dos mais promissores núcleos logísticos do país.
Queda na taxa de vacância e expectativas para o 4º trimestre
A taxa de vacância registrou queda pelo terceiro trimestre consecutivo, atingindo 8% em setembro — o nível mais baixo em dez anos. Esse declínio reflete a absorção acelerada de novos espaços, especialmente pelo setor de e-commerce e indústria. Embora o relatório preveja um ligeiro aumento na vacância para 9% até o final do ano, devido à entrada de mais 1,5 milhão de m² no quarto trimestre, a perspectiva para o setor permanece positiva.
O cenário atual, com baixas taxas de vacância e grande volume de novos estoques, cria oportunidades vantajosas para locatários em busca de espaços logísticos modernos e de alta qualidade, com poder de negociação. Regionalmente, o Sudeste deve continuar como líder de mercado, seguido pelo Nordeste, que se destaca como um dos mais promissores focos de expansão logística.
Com a resiliência do setor e a crescente importância do e-commerce, o Brasil se consolida como um polo estratégico de infraestrutura logística, atraindo investidores e criando um panorama otimista para o futuro do real estate logístico no país.
O crescimento expressivo no mercado de galpões logísticos em 2024 reflete o fortalecimento do setor e sua adaptação às novas demandas do comércio eletrônico e da logística de distribuição. Com a expansão dos estoques em regiões estratégicas e a taxa de vacância em queda, o Brasil consolida-se como um ambiente atraente para investidores e empresas que buscam por infraestrutura moderna e bem localizada. A valorização dos aluguéis em equilíbrio com o custo de vida e a forte demanda por novos espaços mostram um cenário promissor para o setor logístico, que continua a responder com agilidade às mudanças de um mercado cada vez mais digital e conectado.
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