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Importância da armazenagem no Brasil

De fato, a principal preocupação tratava-se mais do espaço do que com a altura no conceito de ocupação, sempre deixando o espaço menos adequado para a armazenagem. Desta forma o espaço mal aproveitado tornou-se um comportamento antieconômico. Apenas alocar a mercadoria em condições adequadas de conservação não era mais suficiente, otimizar a altura para aumentar o volume de armazenamento foi a solução. No sistema logístico a armazenagem agrega como uma função, pois na área de suprimentos é necessário um sistema racional de matérias primas e insumos. Para o processo de produção, são gerados estoques de produtos em processo, e, na distribuição, a necessidade de armazenagem dos produtos acabados são, provavelmente, a mais complexa em termos logísticos, por exigir grande velocidade nas operações e flexibilidade para atender às exigências e flutuações do mercado. Na armazenagem existem alguns fatores básicos que a determinam, sendo: Redução dos custos de mão-de-obra, redução das perdas de materiais por avarias, melhoria na organização e controle da armazenagem, melhoria nas condições de segurança de operação do depósito, aumento da velocidade na movimentação, descongestionamento das áreas de movimentação, necessidade de compensação de diferentes capacidades das fases de produção, equilíbrio sazonal, garantia da continuidade da produção, custos e especulação. Desta forma temos os objetivos da armazenagem, sendo estas: Utilização do espaço nas três dimensões, assim maximizando o uso do espaço, facilitar o acesso aos itens do depósito (seletividade), proteger e abrigar os materiais; facilitar a movimentação interna do depósito (boa organização), maximizar a utilização de mão - de - obra e equipamentos e a satisfação das necessidades dos clientes. Importante é atentar a alguns cuidados a serem tomados, afim de proporcionar uma rápida e fácil movimentação dos materiais desde o recebimento até a expedição, tais como: Determinação do local, em recinto coberto ou não, definição adequada do layout, definição de uma política de prevenção, com embalagens plenamente convenientes aos materiais, ordem, arrumação e limpeza, de forma constante, segurança patrimonial, contra furtos, incêndios. A armazenagem também apresenta algumas vantagens e desvantagens. Como vantagem pode citar a diminuição dos custos com transportes, aproximação da empresa com seus clientes e fornecedores, agilidade no processo de entrega e compensa defasagens de produção. Porem as desvantagens podem ser a imobilização de capital, envelhecimento das mercadorias, aumento dos Custos com movimentação, necessidade de mais controles e gerenciamento. Existem duas formas de gerenciamento de armazenagem, podendo ser própria ou terceirizada. Escolha da melhor forma de gerenciamento é direcionada por cinco fatores principais: Gerenciamento: disponibilidade e filosofia; Capital: custo e disponibilidade; Mão-de-obra, flexibilidade e controle. As organizações que prezam o atendimento ao cliente como fator estratégico é obrigada a tornar o sistema logístico como forma de agregar valor a seus produtos e serviços e somente através desta conscientização entender que os investimentos em armazenagem e movimentação de materiais é redução dos custos totais logísticos e a única forma de atendimento ao cliente com valor agregado. Os principais gargalos na armazenagem no Brasil referem-se à carência na infraestrutura de armazenagem, principalmente para os fazendeiros de pequeno e médio porte. Conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB, a capacidade estática de armazéns em todo o País fica em torno de 148,95 milhões de toneladas, com um déficit teórico de espaço para abrigar 46,52 milhões de toneladas. Considerando que a FAO, órgão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, entende como ideal que os países tivessem capacidade de armazenamento de 120% de sua produção. Para isto o Brasil precisaria expandir com a atual produção, sua capacidade em 86 milhões de toneladas. No atual cenário o ideal seria que Brasil tivesse 234,56 milhões de toneladas em capacidade de armazenagem. No Brasil o armazenamento de grãos na fazenda é ainda inexpressivo, enquanto em países desenvolvidos o sistema de armazenagem principal estão nas fazendas e secundariamente a armazenagem evoluem para unidades coletoras e terminais, no Brasil ocorre o inverso. Para aumentar o retorno econômico dos sistemas produtivos o Brasil precisaria que as unidades armazenadoras sejam tecnicamente projetadas e convenientemente localizadas. A capacidade de armazenagem em outros países destaca-se o quanto são ínfimas as capacidades em estocagem nos produtores. Na Argentina, na Austrália, no Canadá, nos Estados Unidos e na Europa, a armazenagem representa respectivamente 40%, 35%, 85%, 65% e 50%. No Brasil apenas 24% da capacidade estática está localizada nos produtores rurais, somando 20,10 milhões de toneladas. A partir destes resultados, o Brasil precisa de significativo investimento pata ampliação da capacidade em 86 milhões de toneladas, sendo consideradas as vantagens das propriedade rurais como a redução das perdas, a diminuição dos custos com transporte e possibilidade de estender o prazo de comercialização. Com o aumento da competitividade e a necessidade de cada vez mais encontrar formas economicamente sustentáveis em todos os setores, não foi diferente para o setor de armazenagem, que é um ponto a ser gerenciado em todas as cadeias e etapas no que tange a materiais e produtos. No Brasil não foi diferente, as indústrias e varejistas atualizam-se e desenvolvem-se com o intuito de qualificar suas capacidades de armazenagem, buscaram entender a importância dentro das cadeias logísticas e dar devida atenção. Porem no Brasil, a primeira etapa do processo é a mais defasado nos princípios básicos para a qualidade de armazenamento que é a capacidade para a agricultura e alimentação, estando a quem dos critérios para um cenário ideal. Em outros países a capacidade de armazenamento é condizente com as necessidades dos produtores, sendo nos produtores rurais o maior porte de armazenamento e assim seguindo para os pontos estratégicos de coletas nos terminais. No Brasil este sistema ocorre de forma contraria, sendo os secundários responsáveis por maior parte do armazenamento, desta forma tentando ao máximo cobrir o gargalo no primeiro setor.
Fonte:
- Administração de Materiais: Um Enfoque Prático. João José Viana
- CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Armazenagem Agrícola no Brasil (2005).
- CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Situação da armazenagem no Brasil (2006).
Autor: Alexandre Domingues